A geografia de gênero e sexualidades explora como identidades de gênero e práticas sexuais se manifestam e são negociadas em contextos culturais, sociais e políticos. Este estudo analisa a influência da revista brasileira G Magazine© na construção de "territórios do desejo" ao mercantilizar corpos masculinos e desejos sob uma ótica falocêntrica e hegemônica. A revista, direcionada principalmente ao público gay cisgênero, utilizou discursos visuais e textuais para estruturar uma geopolítica do desejo que segmenta corpos e subjetividades com base em lógicas de poder racial, social e sexual. Baseando-se em uma análise crítica do discurso e investigando edições da revista (1997-2013), o estudo revela como a G Magazine© construiu representações espaciais dos corpos e vinculou-os a imaginários sociais específicos. Essa abordagem reflete conceitos de território como dimensões simbólicas e hierárquicas, conforme Rogério Haesbaert (2004), e destaca dinâmicas de exclusão e poder colonial. A revista funcionava como um espaço heterotópico, segundo Foucault (1987), exibindo corpos impregnados de marcadores de poder. Apesar de conferir visibilidade a masculinidades não heteronormativas, as representações da revista reafirmam normatividades de poder e exclusões, especialmente em termos de raça e classe. Conforme Joseli Maria Silva (2012), os corpos não eram apenas objetos de desejo, mas campos de disputas simbólicas. O estudo conclui que a G Magazine© territorializou o desejo masculino em uma lógica colonial-capitalista, expondo complexidades da geopolítica das masculinidades no Brasil.
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